Por Aline Aimée
O último romance de Flávio Carneiro, A Confissão, reúne alguns dos melhores artifícios literários dos chamados romances pós-utópicos. Tendo sido finalista do prêmio Jabuti de literatura, A confissão agrada tanto a um leitor mais refinado quanto ao grande público.
Narrado em primeira pessoa, trata-se de um relato, ou melhor, da confissão de um personagem anônimo que se descobre detentor de um dom, que é ao mesmo tempo dádiva e maldição. Este dom leva o protagonista, numa jornada que mescla o prazer à morte, a reunir uma gama considerável de conhecimento e habilidades. Entretanto, exausto após anos de peregrinações infindáveis, ele se vê com um desejo incontrolável de retornar à cidade de origem, o Rio de Janeiro, e de volta percebe que nada mais há para ser buscado ou aprendido. Angustiado, seqüestra uma senhora da alta sociedade e decide lhe contar toda a sua história, na tentativa de recobrar o controle sobre sua própria vida. É claro que a escolha desta mulher não é aleatória, mas o real motivo que a teria motivado só conhecemos ao final da narrativa.
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